sábado, 28 de março de 2020

Conselhos aos Pais/ Família - Pandemia

Conselhos para que os pais possam ajudar as crianças durante a pandemia

1. Faça perguntas abertas e oiça

Comece por incentivar a criança a falar sobre o assunto. Desta forma, saberá o que ela já sabe. Se as crianças forem muito pequenas e ainda não tiverem ouvido falar do surto, poderá não haver necessidade de levantar a questão – aproveite apenas para as lembrar de que devem manter boas práticas de higiene sem lhes incutir novos medos. Quando conversar com o seu filho, certifique-se de que está num ambiente confortável para ele e deixe-o à-vontade para falar. Desenhos, histórias e outras atividades podem ajudar a lançar o tema de conversa. Mais importante que tudo: não minimize ou tente contornar as preocupações das crianças. Esteja atento aos sentimentos manifestados pela criança e garanta-lhe que é natural sentir medo. Demonstre que está a ouvi-la, dando-lhe, para isso, toda a atenção e certifique-se de que a criança percebe que está disponível para falar com ela sempre que sentir necessidade.

2. Seja honesto: explique a verdade, mas de forma adequada à criança

As crianças têm o direito de receber informação verdadeira sobre o que está a acontecer, mas os adultos têm a responsabilidade de as manter protegidas dos problemas. Use uma linguagem apropriada à idade da criança, esteja atento às suas reações e seja sensível ao seu nível de ansiedade. Se não conseguir responder a todas as perguntas, tente não dar palpites. (...)

3. Mostre-lhes como se podem proteger a elas e aos seus amigos

Uma das melhores formas de manter as crianças protegidas do coronavírus e de outras doenças é, simplesmente, encorajá-las a lavar as mãos regularmente. Não é preciso ter uma conversa que lhes incuta medo. Poderá ensiná-las a lavar as mãos enquanto canta uma música (por exemplo, entoar o “Parabéns a Você” duas vezes) ou segue uma coreografia. Também pode mostrar como é que devem tossir e espirrar para a face anterior do cotovelo e explicar-lhes que é melhor não se aproximarem muito de pessoas que manifestam esses sintomas. Peça-lhes ainda para lhe dizerem se se começarem a sentir com febre, tosse ou dificuldade em respirar.

4. Transmita-lhes segurança

Ao ver imagens perturbadoras na televisão ou na internet, pode ficar-se com a sensação de que estamos submersos pela crise. As crianças podem não conseguir distinguir as imagens que veem nos ecrãs da sua realidade pessoal, e podem acreditar que há um perigo iminente. Se for esse o caso, ajude-as a lidar com esse stresse criando oportunidades para que elas brinquem e relaxem. É ainda importante manter as rotinas e os horários tanto quanto possível, sobretudo nas horas que antecedem a ida para a cama. (...) Transmita-lhes a ideia de que há muitos adultos a trabalhar arduamente para manter as famílias a salvo – a deles e a das outras pessoas.(...)

5. Verifique se as crianças estão a espalhar ou a ser vítima de estigmas

O surto de coronavírus trouxe consigo numerosas situações de discriminação racial em todo o mundo, por isso é importante que as crianças não sejam vítimas ou contribuam para o bullyingExplique-lhes que o coronavírus não tem nada que ver com o aspeto das pessoas, com o local de onde vêm ou com a língua que falam. (...)

6. Mostre-lhes aqueles que estão a ajudar

É importante que as crianças saibam que as pessoas estão a ajudar-se através de atos de gentileza e de generosidade. Partilhe histórias de profissionais da área da saúde, cientistas e jovens que, tal como outros, estão a trabalhar para colocar um fim ao surto e assim proteger as comunidades. Pode ser um grande conforto para elas saber que há pessoas que estão ativamente empenhadas em ajudar.

7. Cuide de si

Será capaz de ajudar melhor as crianças se estiver também a lidar bem com a situação. As crianças vão aperceber-se da sua reação às notícias, por isso, se se mantiver calmo e controlado, vai ajudá-las também.
Se estiver a sentir-se ansioso e triste, reserve um tempo só para si e peça ajuda a familiares, amigos e pessoas próximas. Tire algum tempo para seguir atividades que o ajudem a relaxar e a recuperar.

8. Termine as conversas com cuidado

É importante certificar-se de que, depois da conversa, as crianças não ficam ansiosas. À medida que a conversa termina, tente avaliar o nível de ansiedade da criança observando a sua linguagem corporal e verificando se ela mantém o tom de voz e o ritmo de respiração normais.
Lembre os seus filhos de que podem conversar consigo em qualquer momento, de que se preocupa com eles, os ouve e de que está disponível sempre que se sentirem preocupados.
Fonte: UNICEF / Adaptado do artigo publicado aqui.

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